A trilogia iniciada com os CDs Grandeza e Ta Shemá foi concluída com este Mané Mandou (refrão mnemônico baseado da abertura de Côco do M), que tem os arranjos e a sonoridade perfeccionista e criativa de Lincoln Olivetti nas 14 faixas.
A vocação autoral abre espaço para a obra de Herivelto Martins (Maria Loura) e para uma regravação de uma versão de Águas de Março em hebraico – pela primeira vez em uma versão roqueira –, emendada com Na Hora do Almoço, de Belchior.
Os temas abordados são extremamente variados: sapateadora se apresentando numa balada, blog com a vida sexual e sentimental de mulheres jovens, ONG (real) que leva pacientes afásicos a fazerem teatro, um homem apaixonado por várias Marias, uma criança brincando com um estojo de violão, a decoração da mesa da sala de casa de praia e a lembrança da amizade com Dorival e Stella Caymmi (em Visão Retirada).
A instrumental Um Abraço nos Pizza é homenagem a Um abraço no Bonfá (portanto a João Gilberto e Luís Bonfá) e aos amigos Pizzarellis.
E tipo assim tão fazendo uma ONG
Não dessas do mal
E a Sofia queria que eu fosse
E foi só isso, oi e tchau
Um cara que tem uma vida normal
Sofre um acidente de carro
Ou igual: um acidente vascular cerebral
E tem que aprender de novo a andar
E tem que aprender de novo a falar
Quando sai do hospital
Vai fazer um teatro de clown
Ser em cena, ser em cena (bis)
Na Água Branca a torcida é geral
Se não ganhou, ficou pau a pau
(bis)
Look at this guy
Oh, look at the sky
Look as goes incredible high
(bis)
Mané mandou, Maria, Matheu
Murilo mandou o meu martelo não me amá
Quando eu canto esse côco a minha língua treme
Quem fizer outro côco em M eu amarro e mando matar
Eu sou de um mato matoso moro na maté, mateira
Mandioca, manipuera mas que modo de mudar
Mandei Mathias, marra, moda, marmeleiro
Malaquias marinheiro, mangueira e maracujá
Mulher maldosa, Madalena, macumbeba
Maniçoba, manipeba, manguito, manga e mancá
Melão maduro, morcego, mosquito e muro
Mofino, mengo e monturo, mamoeiro e miramar
Mestre Matoso, morador, mel e Medeiro
Morato e Monteiro, milho mole, mungunzá
Malicioso, mungangueiro e macumbeiro
Esse meu côco é maneiro, e ruim de se cantar
A vida parecia uma vida pra mim
E eu vivendo tudo ao contrário
(bis)
Eu sempre fiz cada coisa por você
E você faz cada coisa pra mim
(bis)
E eu lá quero saber
Quantas vezes na vida da gente
A gente se separou?
E eu lá quero saber
Quantas vezes na “história” da gente
A gente se reconciliou?
(bis)
Cansei de embaraçar teu sorriso irrisório
E me desvencilhar do seu choro chorando
(bis)
Se você chegar e perguntar pra ela
Pode ser, pode ser, vai ver até que ela esqueceu,
Mas se você me perguntar se eu conheço
É claro que eu conheço essa Natalia,
Ela namorou com o amigo meu, o Maxie Ford
Ela dança nuns eventos que inventava, parava
Parava a discoteca, o bate-estaca e começava
Não se abalava se a balada não bailava
Essa Natalia batalhava
Queria e só queria porque queria sapatear
Mas pra sapatear
Só sabendo dar de ombro
Para não levar o tombo
Tem que levantar o estrombo
E andar com o pé na…
Suba
And one, and two, eleven, five
A diggle and a lindy and a shuffle (bis)
Shim sham, shim sham, shim sham na chincha (bis)
Stomp flap shuffle step shuffle ball change (bis)
I know Natalie totally, I totally know Natalie (bis)
Heel brush pick up and lunge
Shuffle in the buffalo (bis)
A jungle and a lady and a shuttle (bis)
Só ela captou que o advogado admirava o capitão (bis)
Parece até que a senhora não bate (bis)
Suarabacti (bis)
Shim sham, shim sham, shim sham na chincha (bis)
Vou me dirigir ao quinto andar pra visitar a Paula baiana
A Paula tá na aula
Tá? Eu toco violão
Na toca de veludo mora dentro o violão
Se a gente abre
A mola joga fora o violão
A Paula me encolheu eu tou no ôco do caixão
Vou me dirigir ao quinto andar pra visitar a Paula baiana
Eu quis te beijar e você se virou
Eu quis te abraçar e você me afastou
Dizendo que não tinha jeito
Dizendo eu não tinha direito
E isso depois de tudo o que eu tinha dito
Um dia antes ouvi você dizendo, Luís,
Não para, fica comigo
Era isso o que você queria? (bis)
Você é muito louca, você me deixa louco
Espera dar um tempo, espera eu dar o troco
(bis)
Não sei quem te ensinou a ser feliz desse jeito
Ser feliz e ser fria de um pra outro momento
Mas comigo vai ser diferente (bis)
Eu cansei de fingir que eu não quero te ver
Pra você me ligar e pra você me querer
(bis)
No amor não existe mentira,
No amor não existe nenhuma ilusão
(bis)
Você tem que saber que te adorar não é crime
Que eu nunca te engano, que eu sou seu amigo
Se conversam comigo, deixa de ter ciúme,
Por que eu nunca te engano,
Porque eu sou teu amigo
Eu prometo, eu te juro, a gente vai ficar junto,
Ser muito dependente e ceder, se preciso,
E manter viva a atração, o carinho, o tesão,
Do primeiro momento
Era isso o que você queria? (bis)
Você é muito louca, você me deixa louco
Espera eu dar um tempo, espera eu dar o troco
(bis)
Quando a gente se viu, a casa tava vazia,
Você pôs no teu som uma canção
Que com você eu aprendi a gostar (bis)
Que você quanto criança começou a ouvir
E depois foi o cantando
Mesmo fora de moda, sem você se cansar
Eduardo e Monica (bis)
Na meiuca da noite
Eu te levava de ônibus na Santo Amaro
Na aurora do dia
Eu voltava sozinho pela Jabaquara (bis)
No amor não existe mentira,
No amor não existe nenhuma ilusão (bis)
Conchas do mar
Longe do mar
Sobre a mesa
Suas mãos sem anéis vão tamborilar
E apagar suas digitais
E além dessa mesa de vidro e da tenda sem caracol
Teu cabelo e o cair do sol
Pra acabar
O Sol falou pra Lua que só vai onde ela for
Ela é aquela estrela que voou com seu amor
O Cravo quis a Rosa quando a Rosa o visitou
Ou de jambo ou de chumbo ela é a sua flor
Eu chamo a isso chama que não chama eu não vou
Você chama de coragem o que eu chamei de dor
Romeu achou a Rosa, diga Rosa quem te achou
Já morreu a Julieta, e Romeu Rosa arrasou
E você me deixou (bis)
Não tem nada com isso (bis)
E tem tudo
A Graça comigo foi séria
Um na série mais um que passa
Pra Graça eu já fui superado
Nem por mais que eu me esmeraria
Não foi desgraça, a Graça acha
Esquece a Maria (bis)
Aonde ninguém chegou
Maria tá lá no alto
Então vou namorar
A Rosa pra mim foi sombria
Ela não me namoraria
A Rosa me pôs catacumba
Vou dançar de um só pé na rumba
Nem tudo é rosa, Maria entrosa,
Você se estrupia (bis)
Pensei que a Graça era Rosa,
Quando eu vi fui ficando rosa
Pensei que a Rosa era Graça,
Acabou que eu fiquei sem graça
Que graciosa, que está rosácea
Maria das Graças que Rosa amaria
Eu gaze eu giz e zique e zague
Zing, zing, zing, não se sabe do que o vento levou
Alva, branca, alva, gira a pérola que louca brilhou,
Você me cumprimenta num selinho é um cometa
Que encapeta pelos cantos tortos
Seus confetes se atapetam pelas nossas bocas
Parece não ter fim esse pedaço de chão
Três passos, quatro passos que eu avanço,
Ciceroneando um furacão
Carnaval mascarado, mais querido, mais coitado,
Você se espatifou e agora segue patife
Xerife de grife sem ringue
Revolve as portas do saloon
Você roça e traça e troça com sua gangue só de moças
Japa, ruiva, três amigas faz um blog e lá se posta
Narrando e relatando e repisando pelo mouse
O que vocês dizem desses ratos desses atos e relatos
Cuspindo jatos, revirando fatos, pra quê?
E por que não dizê-lo não entende porquê
Quem sai com você precisa falar mal de você?
E não entende por que você tem que responder
Ainda pior, ainda pior, ainda pior com prazer
Parece que é melhor viver na blogosfera e sem mim
Vadiar, vangloriar, assinar o chulo, e pular o muro,
E pular o pulo, e apelar eu pulo, paixão,
E xingar sudoku, palavra cruzada xadrez
Já sabe de frente pra trás já sabe
Já sabe de trás pra frente
Cadê mais vontade, vontade demais de se abrir?
Minha vez, sua vez, some a minha má língua,
Gira a gíria, gariba, assumiu
Miguxês, miguxês, miguxês
Escreve, escreve, escreve que é pra reclamar da sorte
Seja forte, twitter, twitter, twitter, twitter
Dá risada de monte, dá porrete e um norte
Zing zing, zangue
Banzo, mangue e bangue bangue (bangue, bangue)
E vamos ficar atraídos, naquele Estado Zunidos
Sereia e gata na rede, não late nem ruiva com sede
E vamos ficar atraídos naqueles zumbidos palmares
E ficar combalidos, balidos de amor (bis)
Eu gaze eu giz e zigue e zague (5x)
Zing, zing, zing, não se sabe do que o vento levou
Penso que não, mas a Terra é visão retirada
Ah! Este chão, este chão, que não faz parada
Essa canção, a canção que a gente esperava
Essa passada de pisos aprisionada
Penso que não, mas a Terra é visão retirada
Outro pedido, outro “não”, vê-se da sacada
Ah essa rua, essa rua, que a gente arrumava
Ah essa rede, essa rede, que a gente armava
Penso que não, mas a Terra é visão retirada
Essa cegonha, essa luz desavergonhada,
Ah já se foi réquiem, esse além que rimava,
Ah esse pronto, esse que não se preparava
Seus cabelos cor de ouro
Quando o vento sacudia
Lembravam louras espigas
Soltas ao vento, Maria
Imaginei suas tranças
Iluminando meu ninho
Porém tu foste, Maria
Pedaço de mau caminho
Maria Loura, são teus olhos tão azuis
Que eu penso até que Jesus
Tinha os seus da mesma cor
Maria Loura
Seus cabelos são dourados
Bem se vê que foram pintados
Pelas mãos de Nosso Senhor (bis)
Instrumental
מקל ואבן
והשביל שאבד
זה סוף המסלול
זה תיפונת לבד
זהו שבר זכוכית
זה חיים וזה אור
זה לילה זה מוות
זחום וזה קור
זה העץ שפורח
זה שועל על הדרך
ניצן נפתח
וציפור מזמרת
זהו יער על הרוח
זה סתיו וזה סלע
ושריטה ומכה
יש דברים שכאלה
והרוח נושב לו
חופשי על הדרך
זה האור החלל
האוויר והארץ
והגשם יבוא
וישתוף כול כאב
זה המתח שתם
זו שמחה שבלב
כתף מקום
הבשר והעצם
הסלילה של הכביש
השריקה של האבן
וטפטוף של טיפה
ונצנוץ של זהב
והטווח של החץ
ההימור והקרב
ותחתית הבאר
והשביל שאבד
זהו סוף המסלול
זה טיפונת לבד
חנית מסמר
נקודה וניתור
וטיפטוף וטיפה
זהו סוף הספור
משאית עמוסה
אור הבוקר הרך
ובאופל הליל
יריה של אקדח
ושיכשור הנהר
ונצנוץ הכוכב
והפחד בפנים
זה אבוד וזה שב
השרטוט של הבית
הגוף במיטה
והבוץ והבוץ
והאוטו נתקע
לצוף לשחות
להמשיך לא לשקוע
ומעוף הכנף
חילזון נץ גבוה
והגשם יבוא
וישתוף כול כאב
הבטחה של חיים
השמחה שבלב
No centro da sala, diante da mesa
No fundo do prato comida e tristeza
A gente se olha se toca, se cala
E se desentende no instante em que fala
Cada um guarda mais, mais o seu segredo
Sua mão fechada, a sua boca aberta,
Seu peito deserto, sua mão parada,
Lacrada, selada, molhada de medo
Pai na cabeceira, é hora do almoço
Minha mãe me chama, é hora do almoço
Minha irmã mais nova, negra cabeleira
Minha avó reclama, é hora do almoço
Ainda sou bem moço pra tanta tristeza
Deixemos de coisas, cuidemos da vida
Senão chega a morte ou coisa parecida
E nos arrasta moço, sem ter visto a vida
Ou coisa parecida, ou coisa parecida,
Ou coisa parecida, Aparecida